A democracia-cristã chega ao ninho tucano

Desde esta terça-feira, o PSDB estadual tem em seus quadros duas dezenas de difusores dos preceitos da democracia cristã. Não se trata de um grupo religioso, de pastores evangélicos, nada disso. São intelectuais, entre professores, empresários, profissionais liberais, que defendem uma democracia baseada nos ensinamentos e princípios cristãos, como a liberdade, a solidariedade e a justiça. Pessoas que têm na ética e na correção seus valores mais importantes.
Simbolicamente, isto é um argumento de defesa de nossa governadora e de nossos correligionários que vêm sendo sistematicamente acusados sem que prova alguma seja apresentada. Se pessoas idôneas como esses democratas cristãos, esclarecidos – muitos têm título de doutorado – procuram o PSDB, dentre tantos partidos estabelecidos no RS, para ingressarem na vida político-partidária, é porque julgam que é entre nós que encontraram maior identidade com ideais que defendem.

Tanto por isto, mas também tanto porque esse grupo tem uma intenção clara: criar, dentro do PSDB, um núcleo democrata-cristão. Acreditam – e estão certos – que terão espaço dentro do partido para participar dos debates, que terão o reconhecimento dos demais tucanos a suas opiniões e que encontrarão, dentre os demais partidários, adesão à sua causa, o que deverá ser o embrião de um grupo com abrangência nacional.

E não deverá ser diferente. O saudoso ex-governador André Franco Montoro, que ajudou a concretizar o sonho de fazer do PSDB um dos grandes partidos brasileiros, era, também ele, um democrata-cristão.

Aí vem Buchmann

O ex-presidente do Detran, Sérgio Buchmann, deve falar à CPI do PT na próxima quinta-feira. Será o primeiro depoimento colhido pela Comissão desde o início dos trabalhos, há um mês. Já é fruto do súbito bom senso que de que a oposição foi tomada na última semana, com o fim da intransigência em negociar o plano de trabalho proposto pelo relator, o tucano Coffy Rodrigues.

Será uma audiência delicada, pois delicada é a situação de Buchmann, assim como as circunstâncias de sua saída do Detran. Dono de uma mente fértil, imaginou uma conspiração contra ele quando ainda estava à frente do órgão. Temendo tornar-se vítima da própria criatividade, saiu disparando acusações sem fundamento para todos os lados, atingindo a dignidade e a honra de pessoas às quais não tinham qualquer relação com o Detran.

Falou mais do que devia, para quem não devia e sobre o que não sabia. Por isso, tomou dois processos, um deles da governadora Yeda Crusius. Na CPI, deverá novamente se valer do que “contaram para ele”, já que Buchmann admite não ter prova alguma. Será um jogo de empurra, de afirmações baseadas em “ouvi dizer”. Corre sério risco de tomar um terceiro processo, aliás.

Stela foi devidamente encabrestada

Há duas semanas, quando titulamos uma postagem referente ao lado escuro da deputada Stela Farias sugerindo que os tucanos empunhassem os arreios para domá-la, a gritaria dos assessores da oposição foi tamanha que resultou, inclusive, em um artigo no jornal Zero Hora, assinado por um petralha enjeitado. Afinal, parte dos leitores deste blog são, como se percebe pelos inúmeros comentários recebidos, “do lado de lá”.

Pois imagina-se que esta postagem também resultará em protestos, afinal, nesta quinta-feira, Stela Farias foi, finalmente, encabrestada pelo deputado Coffy Rodrigues. Após a atitude corajosa dos deputados aliados de não permitirem quorum até que regras claras fossem estabelecidas, para que a ditadora Stela não pudesse, mais, comandar a CPI como um espetáculo circense, a petralha se rendeu.

Com coerência, foi definida a lista de nomes a serem convocados para serem ouvidos a partir da próxima semana, iniciando com o boquirroto Sérgio Buchmann. Ainda há pontos de divergência, mas ao que parece, a palhaçada teve um fim. Não haverá espaço para a imposição do foco dos holofotes, nem para o autoritarismo stalinista, tampouco para a verborragia interminável. Agora há um plano de trabalho.


A embocadura serviu.

Mais uma queima de arquivo para incomodar o PT

A Polícia Civil de Canoas descartou nesta quarta-feira a hipótese de crime passional para explicar a morte do ex-petista Milton Krüger, assassinado em janeiro, no município, e passa a trabalhar sob a perspectiva de queima de arquivo, como a imprensa independente especulava. Krüger era a principal testemunha de acusação contra os deputados do PT Raul Pont e Elvino Bohn Gass, dos crimes de lavagem de dinheiro, formação de caixa 2, apropriação indébita de recursos públicos e falsidade ideológica. A morte do ex-petista aconteceu 15 dias antes de seu depoimento ao Ministério Pùblico Estadual.

A notícia não poderia vir em melhor hora. Nesta terça-feira, a Comissão de Serviços Públicos aprovou a vinda do ex-tesoureiro do PT, Paulo Salazar, para dar seu depoimento à Assembleia Legislativa, numa luta pessoal do deputado estadual tucano Pedro Pereira, com apoio da Juventude do PSDB, que resgatou Salazar do limbo em que a imprensa local o colocou e deu-lhe luzes, gravando em vídeo um depoimento em que ele mostra notas fiscais adulteradas e extratos de sua conta bancária, através do qual Pont e Bohn Gass lavavam dinheiro para formar caixa 2.

A oposição está alarmada pois provas não faltam. E prova é algo que a oposição está desacostumada a ver acompanhar denúncias graves.


Clique aqui e reveja as denúncias de Paulo Salazar.

Um caminho para derrubar Stela

Jornalistas independentes, como Políbio Braga, Diego Casagrande e algumas dezenas de blogueiros, vêm denunciando sistematicamente há semanas que a deputada Stela Farias não tem moral para presidir a CPI que apura supostas ações de improbidade administrativa porque ela própria está sendo processada pelo mesmo crime, estando, inclusive, com os bens bloqueados pela Justiça. O assunto é fato consumado: o processo está ativo e tem, já, mais de 1.800 páginas.

Entretanto, há alguns formadores de opinião e veículos, como Lasier Martins e a RBS, que insistem em ignorar que isto exista. Nesta segunda-feira, o deputado tucano Coffy Rodrigues estava sendo entrevistado por Lasier e se referiu ao fato. O apresentador, como se pego de surpresa, questionou-o a respeito, chegando, inclusive, a cogitar algo como “mas o processo não foi arquivado?”. Coffy foi além, ressaltando que, inclusive, o processo pode ser consultado no site do Tribunal de Justiça. E está, sim, ativo e correndo no Fórum de Alvorada.

Não é possível crer que Lasier seja assim tão mal informado. No mínimo, há uma orientação da “casa” para que temas como esse sejam desprezados. Talvez, para não desacreditar a deputada Stela e a oposição, como se houvesse interesse deliberado, por parte da RBS, em prejudicar a governadora Yeda Crusius. E, como existe aquela máxima, nas faculdades de jornalismo, de que “se a RBS não deu, não aconteceu”, se a emissora não tocar no assunto, o grande público não tomará conhecimento.

Patético.

A situação ocorrida com Coffy mostra que é possível burlar esse suposto muro de contenção de críticas à deputada Stela. Basta que, nas próximas entrevistas, os interlocutores da base aliada dêem um jeito de tocar no assunto, seja em programas de rádio, seja em TV, como no programa Conversas Cruzadas. Nenhum jornalista vai querer passar recibo de desinformado, como Lasier o fez, nesta segunda, e será obrigado a dar espaço à denúncia, sob pena de postar-se como autoritário. Basta aproveitar as brechas. Quem sabe se a RBS "der", deputada se entende por impedida e renuncia à presidência da CPI.

Descaso de Pavan é um deboche ao tradicionalismo

Foi indesculpável o desrespeito do presidente da Assembleia Legislativa com um dos símbolos máximos do tradicionalismo gaúcho e um descaso com autoridades estaduais e municipais, no final da tarde deste domingo. O petralha Ivar Pavan simplesmente fez pouco caso de um ritual que acontece há várias décadas, a extinção da chama crioula, que marca o final da Semana Farroupilha, e obrigou os principais representantes do gauchismo a protagonizarem um vexame sem precedentes.

Assim como o acendimento da chama - que este ano, diante do Palácio Piratini, foi bastante peculiar, em razão de fortes labaredas quase terem queimado o rosto da governadora Yeda Crusius, fato que ganhou destaque nacional -, a extinção da chama também é seguida de todo um cerimonial. Inicia o ritual no Palácio Piratini, prossegue no Palácio Farroupilha (sede do Legislativo), continua na Prefeitura Municipal e tem encerramento no Parque da Harmonia. Os protagonistas todos devidamente paramentados, alguns montados a cavalo, seguindo fielmente a tradição gaúcha, que não é pouca coisa.

No Piratini, aconteceu como mandava o cerimonial. Mas foi só atravessar-se a rua para se dar com a cara na porta. Literalmente. A Assembleia Legislativa estava fechada, frustrando todo um grupo de tradicionalistas e autoridades que, na data máxima do Rio Grande do Sul, se prestava a cumprir com um protocolo belíssimo, de preservação de elementos que compõem o que há de mais valioso na cultura gaúcha.

Pavan desdenhou do sentimento nativista, dos valores históricos do Estado, ignorou um compromisso de que a Casa do Povo toma parte e ridicularizou as expressões máximas da tradição do Rio Grande. Um gesto de tamanha mediocridade não merece desculpa e precisa ser lembrado em 2010, quando o petralha já não for mais presidente da Casa, sobretudo porque a Semana Farroupilha antecede em duas semanas o pleito eleitoral. E que o fato ganhe, na lembrança dos gaúchos, mais espaço do que lhe cedeu a imprensa estadual, que quando muito limitou-se a dedicar uma linha, como se fosse apenas um descuido.

Que a expressão do gaúcho frustrado carregando uma tocha sem fogo, na penumbra, simbolize o deboche à importância dos valores rio-grandenses por parte do PT.

É chegada a hora de agir

A odiosa manifestação dos estudantes contra o deputado tucano Coffy Rodrigues, que por muito pouco não alcançou a agressão física, haja vista que houve agressões contra o patrimônio público e contra a instituição do Parlamento gaúcho, poderiam servir como um marco para nós.

Há meses, estamos em posição de acuo, na defensiva, rebatendo os ataques que vêm sendo proferidos contra a governadora e o governo. Como se sabe (mas não se o torna público, como faz a oposição, porque provas físicas não há), há um personagem por trás dessas agressões, locupletando-se de cada dano, cada arranhão, cada estrago, visando auferir lucros políticos no pleito de 2010.

O não comparecimento dos deputados que compõem a CPI às sessões até que regras decididas pelo colegiado sejam estabelecidas é uma iniciativa que já demonstra ação; não mais apenas reação. E é daí que devemos começar a promover atitudes que ajudem a população a pensar no papel do outro lado como vilões. Jogar as responsabilidades no colo de quem as têm.

Faixas, cartazes, panfletos que garantem a inocência da governadora já podem não ser mais tão necessários. A lisura de Yeda Crusius está se fortalecendo à medida que a oposição avança na tentativa de maculá-la. Naturalmente, a população está percebendo que, há quase dois anos vem caindo em um golpe armado, repleto de más intenções. A inocência da governadora se sobreporá às denúncias por si só.

É chegado o momento de rugir contra os malfeitores. É hora de produzir e colar cartazes com inscrições do tipo “Fora, Tarso”, “Fora, Stela”, “PT, nunca mais”. O povo nos ajudará a gritar mais alto essas novas palavras de ordem porque seu coeficiente de dilatação da paciência chegou à potência máxima.

Basta de reagir às provocações. Agora, é hora de provocar.

Conhecendo o Sr. Marcos Rolim

“E Brutus é um homem honrado”
(W. Shakespeare, Julius Caesar, Ato III, Cena II)


A leitura cuidadosa do artigo do Sr Marcos Rolim, publicado no jornal Zero Hora do último 12 de setembro, diz muito sobre quem é de fato o Sr Marcos Rolim.

No artigo, o Sr Rolim exalta a figura do Sr Ivar Pavan que, assim que assumiu a presidência da Assembléia Legislativa, deu mostras de sua independência e altivez curvando-se prontamente à censura da patrulha dos seus próprios camaradas à sua indicação do Dr Ricardo Giuliani, também petista e de cuja capacidade e honradez ninguém duvida, mas de ala diversa daquela à qual prontamente se curvou o Sr Pavan.

Talvez por isso o Sr Rolim disse que o Sr Pavan é um homem honrado.

O Sr Pavan, sem ouvir a Mesa da Assembléia, com a rapidez do militante devoto, apressou-se em atender às pressões golpistas de seu partido e deu seguimento ao pedido de impedimento da Sra Governadora, não sem ter a precaução de mostrar publicamente aos seus que podem contar com ele seja para o que for: fez pouco caso de sua posição de “magistrado” e se pronunciou de antemão pela condenação da Sra Governadora. Nem Stálin conseguiria tanta e tão rápida demonstração de afeto submisso e servil.

Talvez por isso o Sr Rolim disse que o Sr Pavan é um homem honrado.

O Sr Rolim declara-se eleitor da Sra Stela Farias. Ter votado em Stela Farias, por si só, bastaria para esclarecer quem, na verdade, é o Sr Rolim. Ré em um processo de improbidade administrativa por haver aplicado 3 milhões de um fundo público em um banco que já se sabia quebrado, e tendo por isso seus bens indisponibilizados pela Justiça, a Sra Stela não se julga moralmente impedida de presidir uma CPI que pretende investigar casos de improbidade administrativa.

Talvez por isso o Sr Rolim disse que a Sra Stela Farias é uma pessoa honrada.

O Sr Rolim não ficou indignado quando a Sra Governadora foi difamada por cartazes e outdoors; nada disse quando ela e duas crianças menores de 12 anos, seus netos, foram agredidas por insultos e sofreram constrangimentos e ameaças físicas na própria residência da Sra Governadora. As agressões foram patrocinadas e produzidas pelo campo político do Sr Rolim. O Sr Rolim acha tais agressões normais, sequer merecem sua atenção. Mas, em seu artigo, o Sr Rolim mostra profunda indignação sobre matéria do blog do PSDBRS que noticia as dificuldades da Sra Stela Farias com a Justiça. As indignações do Sr Rolim são tendenciosas e assimétricas.

O Sr Rolim diz que não é verdade o que diz o blog. Mas o Sr Rolim tem um conceito de verdade muito peculiar. Examinar suas idéias a respeito também diz muito sobre quem é o Sr Rolim. Afetando uma sabedoria que lhe falta por inteiro, em um recente programa Conversas Cruzadas o Sr Rolim não apenas desdenhou como falso o conceito aristotélico de verdade (a adequação da razão ao objeto) como foi além: afirmou, repetidas vezes, que o fundamento da verdade encontra-se no consenso (!). O conceito de verdade do Sr Rolim é uma grosseira fraude intelectual, fruto direto da doentia lógica leninista, tão a gosto dos que circulam no campo político do Sr Rolim. Entre a Verdade de Cristo e o consenso sobre Barrabás, o Sr Rolim ficaria com a “verdade” deste último. Para o Sr Rolim, chegar à verdade requer a imposição de um pensamento hegemônico que, eliminando dissidências, produza o consenso. Nada mais afeito ao totalitarismo do que o conceito de verdade do Sr Rolim.

Mas o Sr Rolim é um homem honrado, tal como ele diz que o são o Sr Pavan e a Sra Stela Farias.

Comando permitido por boa vontade

A tentativa de a oposição dar visibilidade a fraquezas de um governo é da natureza democrática, com vistas a fortalecer sua posição e reduzir as chances dos adversários nos pleitos eleitorais. As ferramentas, legítimas, vão desde o questionamento da idoneidade dos governantes (desde que com o devido amparo legal) até a criação de Comissões Parlamentares de Inquérito.

Da mesma forma, faz parte do jogo que os governistas façam valer sua força para garantir a defesa a esses ataques, que pode estar na formação de uma “tropa de choque” dentro de um Parlamento e na exigência do cumprimento das normas estabelecidas, pela coerência, pela lógica ou pelo peso de uma maioria.

Quando a utilização dessas ferramentas, pela oposição, extrapola o bom senso e passa a ser usada de modo inconsequente e irresponsável, é natural que o outro lado também queira que suas prerrogativas tenham igual ou maior valor, para manter o jogo equilibrado.

Esse desenho da natureza democrática justifica que o que quer que venha a ser decidido na CPI do PT tenha um tom favorável ao governo, haja vista os aliados terem preenchido as vagas na comissão na devida proporcionalidade de representação, o que, neste caso, lhes dá maioria.

Assim, passam a ser ilegítimas todas as tentativas dos oposicionistas de quererem impor regras e ritmo de andamento dos trabalhos sem consultar o colegiado, por saberem-se em menor número – e, por extensão, com poucas chances de verem suas decisões prevalecerem. O abuso do autoritarismo pode ter um efeito contrário, na medida em que a permanência da oposição à frente da CPI encontra embasamento legal para ser questionada.

Como a tradição não tem valor senão pela força do hábito, é perfeitamente plausível que os aliados façam um movimento no sentido de remover a ocupante da presidência da CPI, calçados tanto na decisão do colegiado quanto nos códigos que regem o funcionamento da comissão e do Parlamento. Se não o fizeram ainda, é porque esperam que haja um consenso.

Mas é importante que se deixe claro esse pacto para que o consenso se firme brevemente. Ou que se faça valer o poder da maioria e se atenda ao clamor de boa parte da população e da imprensa, que não aceita ver, no papel de investigador, uma pessoa que está igualmente sendo investigada.

Coffy virou a bola da vez para a oposição

Estátua do Laçador, símbolo de Porto Alegre, amanheceu com a cabeça encoberta por um saco, assim como outras obras de várias praças de Porto Alegre e Canoas. Foi um ato contra o relator da CPI do PT, deputado Coffy Rodrigues (PSDB) nesta quarta-feira. A ação dos vândalos não teve testemunhas. A Polícia Civil realizou perícia dos atentados.

Ainda pela manhã, duas centenas de estudantes tentaram invadir o gabinete do parlamentar, na Assembleia Legislativa. Deixando de lado o respeito e a educação, coisas que esse bando de baderneiros provavelmente desconhece, gritaram palavras de ordem e depredaram as instalações da AL. A segurança falhou e ninguém foi detido.


Com o PT no comando da Assembleia, de Casa do Povo virou Casa da Mãe Joana.

Parecer da CCJ confirma que Coffy estava certo

Para quem, da oposição, da opinião pública e da imprensa, estava entendendo a recusa dos deputados da base aliada integrantes da CPI do PT de participarem das sessões como uma forma de obstruir os trabalhos, a Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa divulgou, nesta terça-feira, o argumento necessário para justificar a atitude dos parlamentares.

A justificativa para o não comparecimento, segundo o relator, Coffy Rodrigues (PSDB) é de que a primeira atitude da Comissão deveria ser a votação do plano de trabalho. Diante do autoritarismo da presidente, Stela Farias, que se recusou a incluir a proposta na pauta de votações, os deputados aliados tomaram a decisão de não corroborar com o que viesse a ser tratado dali em diante.

Agora, a CCJ emitiu parecer, a partir de provocação do deputado Adilson Troca (PSDB), que contém as seguintes conclusões:

1) As CPIs terão necessariamente que iniciar pela aprovação de um Plano de Trabalho;

2) A elaboração do Plano de Trabalho ficará a cargo do relator.

Coffy já protocolou recurso para que a própria CCJ defina as prerrogativas do relator em qualquer CPI, para que, no futuro, não se perca tempo com a discussão de a quem cabe o que. Ele tinha certeza de seu papel, negado pela intransigente petista.

Oposição quer criar novo factóide

Críticas da oposição contra a publicidade do governo do Estado em que é feita a defesa aos ataques que vêm sendo sofridos por integrantes do governo, são despropositais e servem tão somente para persistir a tentativa de desgaste da imagem pública da governadora Yeda Crusius.

A publicidade é totalmente pertinente, na medida em que a origem de todas as questões judiciais é uma fraude cometida contra o Detran gaúcho durante o governo de Germano Rigotto e descoberta no primeiro ano da gestão de Yeda. O Detran é um órgão estadual e, portanto, ao ser mencionado seu nome, atinge-se diretamente o governo.

Os desdobramentos das investigações, tanto por parte da Polícia Federal, quanto pelo Ministério Público Federal, nominaram pessoas sem, no entanto, elencar provas de que alguns desses nomes (entre esses, o da governadora) tenham tido real envolvimento em quaisquer irregularidades. Não as elencou porque não as há.

Assim, nada mais justo que a publicidade faça a defesa da governadora e de integrantes do governo, pois para a população, ao atingir Yeda, macula-se a imagem do Estado que, com isto, perde credibilidade e solidez, prejuízos que não podem ser dissociados um de outro apenas porque a oposição assim o entende.

PT continua se valendo do site da AL para suas armações

Na sessão de terça-feira da CPI do PT aconteceu um debate sobre o nome da CPI. O relator, deputado Coffy Rodrigues, falou que, para ele, chama-se "CPI do PT". Na sequência, o petralha Daniel Bordignon disse que vários releases e notícias da assessoria do PSDB já falavam no nome "CPI da Corrupção", antes de sua instalação e que, por isso, o PSDB é que teria batizado a Comissão, embora diversas matérias no site da Assembleia Legislativa, produzidas por sua aparelhada assessoria de imprensa, já o viessem mencionando desde quando se estava colhendo assinaturas para sua implantação.

Pois bem, agora surgiu a informação de que a comunicação da AL retirou de todas matérias do PT no site da Casa qualquer menção a "CPI da Corrupção", deixando a expressão apenas nas matérias de outros partidos. Esqueceram, no entanto, desta matéria, escrita por uma jornalista vermelha, coincidentemente de nome Stela.

Ferramentas de comunicação da JPSDB/RS são hackeadas

A Juventude do PSDB sofreu um duro golpe nesta terça-feira, dia 08. As senhas que dão acesso às contas de e-mail e do MSN utilizadas para comunicação interna e também do blog e do twitter foram todas furtadas. A invasão acontece na mesma semana em que a juventude será premiada no Prêmio Nacional Top Blogs, em São Paulo , na categoria de blogs corporativos sobre Política.

O Secretário Geral da Juventude, Daniel “Leitão” Ludwig, prestou queixa 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre ontem. “Queremos saber quem cometeu este crime e se possível recuperar nossos canais de comunicação. Esta invasão mostra que nosso trabalho é forte e está incomodando grupos de interesse. O fato é que não vamos parar. Já estamos criando novas contas para continuar com nossas atividades”, informou o jovem.

Até o momento os autores do crime não mudaram nada no blog e no twitter, que estão paralisadas. A juventude entrou em contato com os provedores Google e o Yahoo para evitar o mau uso dos mesmos pelos invasores. O roubo das senhas aconteceu no mesmo dia em que o PT chamou uma coletiva para falar do caso Paulo Salazar e na mesma semana em que foi anunciada uma cobertura em tempo real da CPI.

O furto das senhas inviabiliza o acesso da JPSDB-RS aos seus canais de comunicação digital. O blog criado em fevereiro já obteve mais de 57 mil acessos e o twitter contava com mais de 500 seguidores. A partir da próxima semana já estará em funcionamento o novo blog, que poderá ser acessado através do endereço www.jpsdb45.com.br e o novo twitter já está disponível em twitter.com/jpsdbrs45.

Prêmio Top Blog

O blog da juventude foi classificado para a final do concurso Top Blog entre o TOP 3 do Júri Popular na categoria de blog corporativos sobre política. No próximo sábado (12) o presidente a JPSDB-RS, Lucas Redecker, o Secretário Geral, Daniel Ludwig, e o editor do blog, jornalista Rodrigo Wenzel , irão a São Paulo para participar da cerimônia em que será divulgada a colocação final dos vencedores. O blog da juventude concorre com o do Senador Álvaro Dias e do jornalista Ricardo Kotscho. O blog da ministra Dilma Roussef está na final da política na categoria pessoal.

O blog JPSDB surgiu com a intenção de aproximar os tucanos de todo o Estado através de uma central de informação. Com o passar do tempo se tornou um ponto de convergência para articulação de manifestações do partido. Em maio o blog ficou conhecido pela publicação de vídeos de uma entrevista com Paulo Salazar, ex-assessor do PT que acusa os deputados Elvino Bohn Gass e Raul Pont de recolherem seu salário, de falsificarem diárias e usarem notas frias para Caixa 2 de campanha. Mais recentemente a página se concentrava na divulgação de atividades partidárias e do Governo e também por fazer um contraponto às ações da oposição.

Estratégia funcionou, mas não pode ser um blefe

Se der certo a tática da base aliada de retirar o quórum das reuniões da CPI para impedir a votação de requerimentos da oposição até que o plano de trabalho do relator Coffy Rodrigues seja apreciado pelo colegiado, os parlamentares ligados ao governo terão descoberto uma excelente estratégia para manter a Comissão nos eixos e não deixarem que descambe para o circo político que permeou a antecessora, ao investigar o Detran.

Mas apenas levantar-se e deixar o plenarinho não é suficiente. É preciso que os parlamentares façam um trabalho intensivo junto à mídia (sobretudo aos jornais, que perpetuam as notícias) para justificar sua atitude e ressaltar que não se trata de uma obstrução para postergar as diligências da CPI, mas sim, que é um direito legítimo, regimental, que objetiva frear o regime totalitário que o PT quer instituir na condução dos trabalhos.

Sem isso, por melhores que sejam as intenções dos parlamentares, seja na proteção do governo, seja na garantia de lisura e coerência do processo, para a opinião pública ficarão as vozes da oposição, que terão vitrine exclusiva para pavoanear e microfones para dizer mentiras como verdades, sem que haja um contraponto.

Salazar reafirma acusações ao Ministério Pùblico

No atual momento político gaúcho, poucas coisas dão mais satisfação do que ver deputados da oposição tendo de dar explicações à opinião pública sobre denúncias de irregularidades das quais são acusados. Nesta terça-feira, os petistas Raul Pont e Elvino Bohn Gass tiveram de convocar a imprensa para tentarem, sem sucesso, convencer de que são inocentes das acusações do ex-tesoureiro da sigla, Paulo Salazar.

Pesam sobre os parlamentares a apropriação dos salários recebidos Salazar quando este os assessorava na Assembléia Legislativa; falsificação de notas para a retirada de diárias; lavagem de dinheiro; e formação de caixa 2. As acusações são passíveis de perda de mandato, de acordo com o Regimento Interno da AL. Salazar tem farta documentação que comprova tudo o que ele diz e nesta terça, reafirmou cada palavra ao Ministério Público.

Por isto a convocação da entrevista coletiva, pelos petistas. Ao mesmo tempo em que quiseram reafirmar sua inocência (o que, diante das provas, não tem valor algum), também pretenderam ocupar, nesta quarta, um bom espaço nos jornais, que seguramente falariam, novamente, sobre as acusações.

O gesto dos petistas foi uma cortina de fumaça para dividir a atenção, já que quaisquer explicações que tenham de dar, terá de ser, necessariamente, à Justiça. E, se a toda-poderosa Stela Farias concordar, também à CPI, como quer o deputado tucano Pedro Pereira.

Petistas admitem temer a juventude tucana

Quando da convocação da coletiva, nesta terça, os assessores de Raul Pont e Elvino Bohn Gass pediram aos jornalistas de emissoras de rádio que não divulgassem que ela aconteceria, para – segundo palavras do jornalista Gustavo Mota, da rádio Guaíba –, “não alertar a ‘temida’ juventude tucana, que tem partido para o ataque contra os dois deputados”.

Só a teme quem deve.

Arreios à mão, para domar Stela

Era digna de perpetuação a expressão facial da deputada Stela Farias na última semana, quando sentiu na pele o que é estar na condição de ré e ser acuada por um grupo de manifestantes raivosos e indignados em sua própria casa.

Foi durante audiência no Fórum de Alvorada, referente ao processo que o Ministério Público move contra ela por improbidade administrativa, na época em que foi prefeita. Stela desviou R$ 3 milhões do fundo de previdência do município e os aplicou no Banco Santos, que faliu semanas depois.

Vestidos de preto, em sinal de luto, centenas de servidores a esperaram chegar ao Fórum e aguardaram impacientemente sua saída, para vaiá-la com uma certeza de que ela será condenada a ressarcir os cofres públicos. Para isto, seus bens já foram bloqueados pela Justiça.

Ano passado, a petista tentou concorrer novamente à prefeitura e se deu mal. Sabe que está acabada politicamente em Alvorada. Tanto que já mudou seu domicílio eleitoral para Porto Alegre. Preventivamente, colocou a mansão onde mora, no bairro Sarandi, no nome de outra pessoa, para que não lhe tomem, ao final do processo.

A CPI, para ela, é um palanque. Talvez, o último palanque que terá para tentar se reeleger. Não terá os votos de Alvorada, que a lançaram à Assembleia, em 2006. Ela precisará ser polêmica, carrancuda, ditatorial, para chamar a atenção para si. A base aliada terá de ter determinação e firmeza para domá-la.

Ou destituí-la, como concede o Regimento Interno da AL, ao qual ela tanto se agarra para justificar seu autoritarismo.

Foto: Videversus

Manifestação pró-Yeda, na Praça da Matriz




Manifestação pró-Yeda, na Praça da Matriz





Manifestação pró-Yeda, na Praça da Matriz





O governo, na visão de Paulo Sant'ana

Todos os tucanos precisam ler e assimilar, para utilização futura, a crônica escrita pelo jornalista Paulo Sant’ana no jornal Zero Hora desta quinta-feira, em que ele faz a defesa do governo do Estado e da governadora Yeda Crusius.

Tanto por ser surpreendente que um texto assim esteja publicado no jornal Zero Hora – da imprensa gaúcha, o maior algoz do governo –, quanto porque Sant’ana foi absolutamente sincero em suas palavras.

A coluna de Sant’ana é uma das mais lidas do jornal. Ele sabe da responsabilidade que tem por tudo o que escreve. E não o faria dessa forma se não estivesse assim percebendo os méritos da gestão tucana, enaltecendo-os com isenção e sinceridade.

DOIS GOVERNOS

Vou escrever hoje uma coluna espinhosa. Difícil de escrever, mais ainda pela repercussão que minha coluna tem no Rio Grande.

É que nosso Estado, pela primeira vez em sua história, tem dois governos.

O primeiro governo que vem tendo nosso amado Rio Grande é uma teia de escândalos que pareciam em determinado momento não cessar mais, depois que se revelaram escabrosos os fatos de corrupção em torno do Detran.

É indiscutível que houve corrupção grossa no Detran.

Há até réus confessos no processo do Detran.


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Apesar de tanto o escândalo do Detran quanto as outras denúncias ou acusações políticas que foram feitas à governadora nunca, em nenhum momento, terem sido corporificados, comprovados juridicamente, no que se refere ao envolvimento pessoal da governadora em tais ilícitos concretos ou presumíveis, o governo viveu e viverá horas tormentosas para rebater as acusações.

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O segundo governo que vivemos atualmente no Rio Grande é o governo real que estamos tendo, o governo que conseguiu a façanha de chegar ao déficit zero, o governo que consolidou a herança do governo anterior, tirando da falência o Instituto de Previdência do Estado, sob cuja sombrinha se abrigam 1 milhão de associados e dependentes. Já se pode imaginar o que seria do sistema gaúcho de saúde em geral se ficassem órfãos de assistência 10% da população rio-grandense.

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O segundo governo, apesar das atribulações que sofre com o mar de denúncias e acusações, cometeu a façanha de iniciar o pagamento dos precatórios. Início tênue e tímido, mas o pagamento dos precatórios tinha sido transferido para as calendas, o que significaria em outras palavras a falência do Judiciário gaúcho, eis que, se a Justiça manda pagar os precatórios e o governo não paga, isso é a desmoralização da Justiça e consequente desmoronamento da sociedade.

Além dessas façanhas, acossado pelas denúncias, o governo tem cumprido investimentos em diversos setores e, diante do caos que se transformara a educação estadual, o setor vem sendo gerido mais que a contento.E, se é verdade que esta coluna sempre reclamou contra a miséria dos não reajustes dos servidores estaduais, no entanto a governadora pagou inteiramente a Lei Britto aos funcionários públicos e deu aumento às categorias que não foram contempladas por tal diploma.

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Nesse ritmo, em face dos escândalos das denúncias que pipocavam todos os meses e todos os anos, de todos os lados, o quadro de horrores que o governo tentava administrar o próprio Pedro Américo não pinta.E ainda assim a governadora teve ânimo ontem à tarde para anunciar mais uma reforma do seu secretariado (este governo Yeda já mudou mais de secretários do que o Fluminense muda de treinador).
E, entre os novos secretários que entram, está um nome animador, impavidamente entusiasmante, o de Otomar Vivian para a chefia da Casa Civil.Em outras palavras, coordenará a política do governo e talvez a política do secretariado, nada mais, nada menos, do que Otomar Vivian, o homem responsável por tirar o IPE dos escombros e elevá-lo ao céu do atendimento total ou quase total na saúde e talvez tornando viáveis aquelas aposentadorias que já tinham se tornado impagáveis.

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Em razão disso tudo, quero declarar aqui nesta coluna o que muitos discordam, mas muitos também concordam, porém não têm coragem de declará-lo em face da fuzilaria inclemente que vem sofrendo a governadora, quero declarar, repito, que este governo estadual que temos hoje no Rio Grande é um bom governo.E, se não me escalpelassem e atirassem meu cadáver da sacada do Piratini, eu declararia que temos um ótimo governo.

Que a oposição não saia do riscado

Que os deputados da oposição que compõem a CPI não fiquem muito entusiasmados com os bate-bocas que aconteceram na primeira reunião da Comissão, na terça-feira. Engrossar o tom de voz não dá razão a ninguém. Ao contrário, sugere que a tentativa de vencer no grito esconde falta de conteúdo.

Que também não fiquem fazendo gracinhas, caretas ou comentários cínicos. Tampouco que acreditem que, como a governadora já manifestou várias vezes, que é a primeira a querer ver tudo esclarecido, para fazer a oposição engolir todas as acusações sem provas feitas, que poderão fazer uma devassa no governo.

Muito menos se achem acima do bem e do mal. Poucos são os parlamentares que não tem nada a dever. A começar pela presidente da CPI, cujo principal processo a que responde, por improbidade administrativa, tem 1,8 mil páginas. E está bem guardado por um deputado governista para ser usado contra ela, se for preciso.

Há outros dossiês graúdos (pelo menos, um, com 2 mil páginas) contra oposicionistas que já se encontram em poder de jornalistas que terão prazer em cedê-los aos deputados da base aliada que se dispuserem a também descer o nível do debate, caso seja esta a tendência da oposição.

Que ninguém pague para ver.

Salazar precisa ser convidado a depor na CPI

A oposição parece estar desdenhando da idéia de que o ex-tesoureiro do PT, Paulo Salazar, possa ser convidado a depor na CPI. Foi o que pareceu na entrevista coletiva dada na semana passada, quando um integrante da Juventude do PSDB os questionou a respeito. Se limitaram a dizer que “se algum deputado propuser...”.

É mais do que necessária a presença dele. Salazar, que move uma ação na Justiça contra os deputados Raul Pont e Elvino Bohn Gass, tem provas de que os dois parlamentares se apropriaram de seu salário, enquanto era assessor na Assembleia Legislativa, de que fizeram caixa 2, utilizando notas fiscais fraudadas, e também de lavagem de dinheiro, através de sua conta bancária.

Mas não é só. Se questionado, ele está disposto a revelar o nome da pessoa, dentro do PT, que tem ligações suspeitas com uma empresa de ônibus que faz linhas na região metropolitana da Capital. Também pode dizer quem é o deputado que mantém um funcionário trabalhando em uma de suas fazendas, no interior, com salário pago pela AL.

As revelações de Paulo Salazar podem mudar o rumo da CPI e pautar a imprensa, no que tem valor de reviravolta de foco ou moeda de troca.

Começa a CPI

Se depender do deputado Coffy Rodrigues, a CPI que começa nesta terça-feira não terá cenas espetaculosas como as protagonizadas pela oposição na antecessora, em 2008, quando verdadeiros discursos objetivando dar visibilidade aos parlamentares eram feitos à guiza de questionamentos.

Também o disciplinamento dos horários de funcionamento da CPI, que acontecerá na parte da tarde, em dias não coincidentes com as sessões parlamentares, foi outra atitude acertada. Impedirá que os trabalhos avancem madrugada adentro, desgastando testemunhas, deputados e a sociedade que acompanha pela TV, no canal 19 as atividades da comissão.

Basicamente, o que se está fazendo é valer o desejo da maioria, detida pela base aliada, para que não se fique refém de uma minoria barulhenta, que costuma contar com a desordem para tumultuar a administração estadual. Não se trata de dar caráter “chapa branca” à CPI, mas de manter uma linha coerente de questionamentos, visando tão somente a resultados úteis, no contexto da comissão.

Basta de palanques eleitorais antecipados.