O governo, na visão de Paulo Sant'ana

sexta-feira, setembro 04, 2009 escrito por: PSDB RS

Todos os tucanos precisam ler e assimilar, para utilização futura, a crônica escrita pelo jornalista Paulo Sant’ana no jornal Zero Hora desta quinta-feira, em que ele faz a defesa do governo do Estado e da governadora Yeda Crusius.

Tanto por ser surpreendente que um texto assim esteja publicado no jornal Zero Hora – da imprensa gaúcha, o maior algoz do governo –, quanto porque Sant’ana foi absolutamente sincero em suas palavras.

A coluna de Sant’ana é uma das mais lidas do jornal. Ele sabe da responsabilidade que tem por tudo o que escreve. E não o faria dessa forma se não estivesse assim percebendo os méritos da gestão tucana, enaltecendo-os com isenção e sinceridade.

DOIS GOVERNOS

Vou escrever hoje uma coluna espinhosa. Difícil de escrever, mais ainda pela repercussão que minha coluna tem no Rio Grande.

É que nosso Estado, pela primeira vez em sua história, tem dois governos.

O primeiro governo que vem tendo nosso amado Rio Grande é uma teia de escândalos que pareciam em determinado momento não cessar mais, depois que se revelaram escabrosos os fatos de corrupção em torno do Detran.

É indiscutível que houve corrupção grossa no Detran.

Há até réus confessos no processo do Detran.


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Apesar de tanto o escândalo do Detran quanto as outras denúncias ou acusações políticas que foram feitas à governadora nunca, em nenhum momento, terem sido corporificados, comprovados juridicamente, no que se refere ao envolvimento pessoal da governadora em tais ilícitos concretos ou presumíveis, o governo viveu e viverá horas tormentosas para rebater as acusações.

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O segundo governo que vivemos atualmente no Rio Grande é o governo real que estamos tendo, o governo que conseguiu a façanha de chegar ao déficit zero, o governo que consolidou a herança do governo anterior, tirando da falência o Instituto de Previdência do Estado, sob cuja sombrinha se abrigam 1 milhão de associados e dependentes. Já se pode imaginar o que seria do sistema gaúcho de saúde em geral se ficassem órfãos de assistência 10% da população rio-grandense.

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O segundo governo, apesar das atribulações que sofre com o mar de denúncias e acusações, cometeu a façanha de iniciar o pagamento dos precatórios. Início tênue e tímido, mas o pagamento dos precatórios tinha sido transferido para as calendas, o que significaria em outras palavras a falência do Judiciário gaúcho, eis que, se a Justiça manda pagar os precatórios e o governo não paga, isso é a desmoralização da Justiça e consequente desmoronamento da sociedade.

Além dessas façanhas, acossado pelas denúncias, o governo tem cumprido investimentos em diversos setores e, diante do caos que se transformara a educação estadual, o setor vem sendo gerido mais que a contento.E, se é verdade que esta coluna sempre reclamou contra a miséria dos não reajustes dos servidores estaduais, no entanto a governadora pagou inteiramente a Lei Britto aos funcionários públicos e deu aumento às categorias que não foram contempladas por tal diploma.

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Nesse ritmo, em face dos escândalos das denúncias que pipocavam todos os meses e todos os anos, de todos os lados, o quadro de horrores que o governo tentava administrar o próprio Pedro Américo não pinta.E ainda assim a governadora teve ânimo ontem à tarde para anunciar mais uma reforma do seu secretariado (este governo Yeda já mudou mais de secretários do que o Fluminense muda de treinador).
E, entre os novos secretários que entram, está um nome animador, impavidamente entusiasmante, o de Otomar Vivian para a chefia da Casa Civil.Em outras palavras, coordenará a política do governo e talvez a política do secretariado, nada mais, nada menos, do que Otomar Vivian, o homem responsável por tirar o IPE dos escombros e elevá-lo ao céu do atendimento total ou quase total na saúde e talvez tornando viáveis aquelas aposentadorias que já tinham se tornado impagáveis.

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Em razão disso tudo, quero declarar aqui nesta coluna o que muitos discordam, mas muitos também concordam, porém não têm coragem de declará-lo em face da fuzilaria inclemente que vem sofrendo a governadora, quero declarar, repito, que este governo estadual que temos hoje no Rio Grande é um bom governo.E, se não me escalpelassem e atirassem meu cadáver da sacada do Piratini, eu declararia que temos um ótimo governo.

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