Ou uma, ou outra. Ou nenhuma

terça-feira, outubro 06, 2009 escrito por: PSDB RS

Durante a CPI do Detran, a oposição trouxe à tona a história de uma suposta carta que o lobista Lair Ferst teria escrito no primeiro semestre de 2007 para colocar a governadora Yeda Crusius a par do esquema de corrupção que ocorria no órgão. Lair teria pedido ao falecido Marcelo Cavalcante para entregá-la. O motivo seria uma vingança do lobista contra os ex-sócios na fraude, já que com a troca da Fatec pela Fundae, Lair havia sido excluído da roubalheira.

Nunca ficou provado que a tal carta realmente existiu, mas como acusar sem provas é o esporte preferido da oposição, houve quem garantisse que a carta não só era verdadeira como, inclusive, havia sido entregue à governadora que, então, tomou conhecimento de toda a ladroagem e nada fez para acabar com ela. A oposição brincou com esse assunto por vários meses, entre 2007 e 2008.

Este ano, entretanto, já não se fala mais na carta, mas em que a governadora e seu marido, Carlos Crusius, estariam envolvidos diretamente no esquema, recebendo, desde o início do governo, propinas graúdas com os recursos desviados do Detran. Cifras que poderiam chegar a R$ 700 mil por mês, segundo o boquirroto Buchmann especulou. E a oposição tripudia em cima como pode.

Há algo nessas duas histórias que não fecha e uma em contraponto à outra se anulam, com o aval da própria oposição que as tornou públicas e as difundiu e difunde como pode. Se a governadora não apenas sabia do esquema, como ainda se locupletava dele desde sempre, a troco de que Lair teria escrito a carta? Para entregar quem? Denunciar o que? Afinal, se Yeda também participava do esquema, não havia o que dedurar.

Ou seja, se a oposição tem como verdade absoluta que a carta de Lair Ferst existiu e foi entregue à governadora, não pode, posteriormente, dizer que ela recebia uma percentagem dos desvios. As duas acusações são incompatíveis.

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