Que se mantenha o equilíbrio, desta vez

quarta-feira, agosto 26, 2009 escrito por: PSDB RS

A morte de um membro do MST, na última semana, tanto quanto um fato a se lamentar, deixa uma dúvida sobre a responsabilidade pelo incidente. Seria apenas da Brigada Militar ou há outros fatores?

Seguramente, quem puxou o gatilho, se um outro sem-terra ou se um brigadiano, tem sua parcela, dolosa ou culposa. Se foi em legítima defesa, se foi acidental, se foi por despreparo ou intencional, se o Comando da BM falhou, se o MST provocou, o inquérito vai determinar.

Mas, além disso, há que se considerar que a cúpula do MST coloca como escudos humanos indivíduos que muitas vezes não têm a perfeita noção de que estão ali sendo manipulados, servindo a um propósito que vai muito além da reforma agrária. Neste momento, aliás, a morte do sem-terra deve estar muito mais sendo comemorada do que lamentada pelo movimento.

Não é a primeira, nem será a última vez que conflitos desse tipo acontecem no Estado. Em 2008, na desocupação de uma área de florestamento, em Rosário do Sul, havia 950 mulheres e crianças na propriedade e a Brigada Militar, com um efetivo várias vezes menor, tirou-as da fazenda à custa de uma dezena de feridos leves, que foram festejados pelo MST, pois aquilo o municiava para permanecer na mídia e garantir a atenção.

Mas faltava algo mais grave. Faltava equilibrar a luta, já que ninguém, principalmente na Brigada Militar, esquece do incidente de 1990, quando um soldado foi morto a golpe de foice, em pleno centro de Porto Alegre. Faltava uma morte também do lado dos sem-terra, para justificar seu recrudescimento, que irá acontecer, não se duvide disso.

A determinação da governadora Yeda Crusius para que a BM seja rigorosa com esse tipo de enfrentamento garantiu o apoio dos ruralistas e da parte civilizada da população gaúcha, que, felizmente, é imensa maioria. Mas é preciso garantir, na corporação, que os manuais de conduta nesse tipo de ação sejam cumpridos à risca, para não dar mais munição ao inimigo.

Para que fique claro que o Rio Grande não tolerará a radicalização no campo, que a lei deve ser cumprida e que a responsabilidade pela reforma agrária é do governo Lula, não nossa. Se o governo federal é permissivo com esse tipo de atitude, bem, isso serve de estímulo para que a BM siga impondo seu respeito e falando mais alto, para que a governadora não sofra revezes e que não morra mais ninguém. De qualquer dos lados.

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