A propaganda de Zero Hora está incompleta

sexta-feira, julho 17, 2009 escrito por: PSDB RS

Uma publicidade institucional que a RBS TV veicula, a respeito do jornal Zero Hora, diz, em certo momento que "nós só não podemos criar um fato...". Para a propaganda ficar mais exata, deveria ter sido acrescido à frase "eventualmente, nós distorcemos fatos, interpretamos de modo diverso do que é óbvio, mas jamais inventamos". Aí, sim, ficaria uma descrição correta de como o jornal trata a notícia.

Na edição desta sexta-feira, há um caso emblemático. A notícia é: para facilitar o acesso de investigadores da Polícia Civil à casa do presidente do Detran, Sérgio Buchmann, com a máxima rapidez possível, os policiais, que não ainda não tinham um mandado, pediram ao chefe de Gabinete da governadora, Ricardo Lied, que os ajudasse.

Lied chegou à casa de Buchmann, acompanhado dos policiais, e o comunicou que seu filho seria preso por tráfico de drogas. Até então, todos imaginavam que o rapaz morava com o pai. Diante da negativa, mas já de posse do endereço do jovem, os policiais procederam rapidamente para efetuar a prisão, no local correto.

Esta é a história.

Mas no mundo fantasioso do jornal Zero Hora, o chefe de Gabinete da governadora fora chamado para que fizesse um papel de bom amigo, avisando o pai do jovem, uma alta autoridade do governo do Estado, a tempo de que fosse facilitada a fuga do filho. Uma espécie de tráfico de influência.

A fantasia de ZH não considera que, se os policiais não quisessem prender o traficante (permitindo que fosse avisado com antecedência), teriam ignorado a denúncia anônima que indicou seu nome como estando em posse de grande quantidade de maconha e cocaína. O mais lógico seria o pensamento: "é filho de autoridade, melhor deixar pra lá, pra evitar problemas".

Mas não! Os policiais fizeram valer sua prerrogativa e foram em busca do traficante. Apenas tomaram o cuidado de usar de alguma diplomacia para a abordagem do pai do rapaz, que desfruta de trânsito privilegiado dentro do governo do Estado. Daí, o pedido de ajuda a Lied.

Para quem lê Zero Hora, entretanto, fica quase que a certeza de que o chefe de gabinete da governadora queria, sim, facilitar a fuga do filho do colega de governo. Uma maneira de atirar mais uma crise no colo da governadora, mesmo que não houvesse crise alguma.

Se não há um fato, interpreta-se de um jeito que haja.

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