Como agia o Cpers, na época do governo do PT

sexta-feira, julho 17, 2009 escrito por: PSDB RS

Boletim informativo do Partido da Causa Operária de 2000 que abordava a greve promovida pelo Cpers definiu assim o sentimento de todos os integrantes da esquerda, naquele momento: “Para governar assim não precisamos eleger o PT. Esta é a síntese do pensamento dos professores e dos funcionários da educação no Rio Grande do Sul. E, em breve, de toda a classe operária e a população explorada do estado.”

Durante os governos anteriores à gestão petista no governo do Estado (1999-2002), os professores liderados pelo Cpers eram implacáveis na alegação de que faltava vontade política para se conceder aumentos salariais, até então, a principal bandeira de luta das seguidas manifestações. No governo Britto, por exemplo, a presidente do Cpers, Lúcia Camini, pedia 190% de reposição.

Mas então, veio o governo da Frente Popular, a presidente do Cpers se tornou secretária da Educação, e com ela, veio a desculpa de que não havia recursos em caixa para se conceder o aumento salarial reivindicado pela categoria. Confira a seguir como descrevia o cenário o jornal do PCO:

“Ao fecharmos esta edição, os professores estaduais do Rio Grande do Sul completaram 20 dias de greve, na primeira mobilização dos trabalhadores contra o governo do petista Olívio Dutra.

A principal questão que levamos em conta para a análise do movimento grevista dos professores gaúchos é a posição assumida pelo governo petista de não atender as reivindicações da categoria, reivindicações estas que foram assumidas por Olívio Dutra como propostas de campanha contra o peemedebista Antônio Brito, que durante os quatro anos de seu governo atacou violentamente o magistério com o congelamento dos salários e alterou o Plano de Carreira do magistério.

Olívio Dutra foi apoiado amplamente pelos professores e pelos demais trabalhadores da educação justamente porque comprometeu-se em revogar as medidas de Antônio Brito e atender as reivindicações do magistério.Os professores estaduais, através de seu sindicato, o CPERS, não apresentaram nada de novo após a posse de Olívio Dutra como governador do Estado.

Todas as reivindicações apresentadas pelo sindicato, reivindicações parciais, muito limitadas e que não devolvem o poder de compra dos professores e nem mesmo as condições de trabalho da última década (visto que a reivindicação salarial não recupera, por exemplo, todas as perdas do Plano Real e nem mesmo as condições de trabalho em sala de aula ou nas escolas, que pioraram sensivelmente no último período), já eram conhecidas por toda a população e, o PT comprometeu-se em atendê-las, caso ganhasse a eleição.

Portanto, para responder à pergunta do que mudou da campanha eleitoral nos meses de agosto, setembro e outubro de 1998 para fevereiro e março de 2000, já que as reivindicações são as mesmas, é que agora o PT é governo e não mais aspirante.”

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