:: Criada a CPI da Petrobras ::

Em sessão presidida pelo vice-presidente do Senado, senador Marconi Perillo (PSDB/GO), foi lido requerimento de instalação da CPI para investigar denúncias de irregularidades na Petrobras. O pedido é do senador Álvaro Dias (PSDB/PR) e também pede a apuração acerca das atividades da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A leitura, que oficializa a CPI - faltando agora só a indicação dos nomes dos senadores que farão parte, ocorreu pouco depois das 9 horas desta sexta-feira. Um fato raro na História do Senado, que raramente realiza sessões nesse dia da semana.

A Mesa do Senado também leu outro requerimento de pedido de instalação de CPI para investigar denúncias de fraudes em licitações da Petrobrás, alvo da operação Águas Profundas, realizada pela Polícia Federal e Ministério Público. Agora, os requerimentos precisam ser publicados para que os líderes façam as indicações dos integrantes das CPIs.

No início da sessão, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB/AM), lembrou que o requerimento que pede a criação da CPI da Petrobras reúne 32 assinaturas e que é um direito da minoria a instalação dos trabalhos dessa comissão. Era necessário apenas 27 assinaturas para a instalação da CPI.

Primeira tentativa de leitura do requerimento gerou discussão no plenário na noite de quinta-feira. A Mesa do Senado se negou a atender solicitação do PSDB, representado pelo líder Arthur Virgílio (AM) e pelos senadores Tasso Jereissati (PSDB/CE) e Sérgio Guerra (PSDB/PE) - presidente nacional da legenda, de leitura do requerimento de instalação da CPI da Petrobras. O pedido de leitura do requerimento gerou um debate acalorado em Plenário.

Após o não atendimento do pedido dos senadores tucanos pelo 3º secretário, Mão Santa (PMDB-PI), e 1º secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), que presidiram consecutivamente a sessão, a 2ª vice-presidente Serys Slhessarenko (PT-MT) encerrou abruptamente a sessão, impedindo assim que o 1º vice-presidente da Casa, Marconi Perillo (GO), cuja chegada havia sido anunciada minutos antes por Arthur Virgílio, procedesse a leitura do requerimento.

Em Plenário, o líder tucano pediu a leitura do pedido de abertura da CPI alegando que sua bancada havia considerado insuficientes os esclarecimentos prestados à tarde pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, em reunião ocorrida no gabinete do senador Aloizio Mercadante (PT-SP).

Na opinião de Arthur Virgílio, um acordo de líderes, decidindo pela manhã, pela não abertura da CPI até que Gabrielli seja ouvido por três comissões da Casa, não poderia se sobrepor a decisão posterior de sua bancada, sobretudo pelo fato de nenhum senador tucano ter participado da reunião.

Reforçando o pedido de leitura, Sérgio Guerra lembrou que a própria Petrobras reconhece que até mesmo o Tribunal de Contas da União (TCU) tem dificuldades de investigá-la.