Que tipo de jornalismo Zero Hora faz?

segunda-feira, julho 06, 2009 escrito por: PSDB RS

O suposto depoimento de delação premiada do lobista Lair Ferst que Zero Hora publicou nesta segunda-feira estava em poder do jornal há pelo menos cinco dias. Desde a quarta passada, a jornalista Rosane de Oliveira vinha anunciando que uma bomba estava para estourar sobre o Piratini. Se referia a esse material.

É praxe, no bom jornalismo, ouvir-se os dois lados de um fato, assim, seria justo que ZH concedesse espaço para que as pessoas acusadas pelo lobista tivessem a oportunidade de apresentar o contraditório. E assim foi feito pelo jornal.

Mas apenas no domingo à noite!

Passava das 19 horas de domingo quando os jornalistas de Zero Hora começaram a ligar, se estendendo até por volta das 22h30min. Isso, na véspera de o material ser publicado e já estar devidamente editado.

Óbvio que não conseguiu falar com a maior parte das pessoas. Óbvio que, sem conhecer as denúncias (e sem tempo hábil para tanto), não quisessem falar. Óbvio que todas foram pegas no contrapé, retiradas de seu descanso tarde da noite e acuadas com uma quase chantagem: ou fala conosco ou te jogamos à fogueira.

Assim foi feito. A matéria ocupou quatro páginas do jornal, que já deviam estar editadas e diagramadas há bastante tempo. O espaço dedicado à defesa foi mínimo, não mais que algumas linhas. Mesmo que houvesse conseguido falar com todos os interessados, não mais que outras poucas linhas seriam disponibilizadas. Quase nada ante o escândalo preparado com antecedência.

Apenas para cumprir o que ditam as regras do bom jornalismo: dar a chance de o outro lado se manifestar. Mas não muita chance. Propositadamente, no momento derradeiro, quando um telefone ocupado poderia ser desculpa para dizer que a pessoa não foi encontrada.

Pena que essas coisas a opinião pública não fica sabendo, para entender que tipo de jornalismo Zero Hora faz.

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